27 de janeiro de 2009

O Samba e seus deuses (ou seriam “Zeuses”?)


Recentemente postamos uma gravação caseira do Aniceto do Império em nosso blog, que como todos sabem, parece ter provocado muita polêmica.

Sofremos críticas por, supostamente, não ter dado os créditos a quem merece, a brilhante Cristina Buarque, que teria sido responsável pela guarda deste e outros arquivos preciosos.

Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que, se não citamos o nome de Cristina Buarque, não o fizemos por algumas boas razões: (i) não sabíamos que o arquivo provinha de seu acervo pessoal; (ii) infelizmente, jamais tivemos a felicidade e oportunidade de trocar sequer uma palavra com a mesma; e (iii) o arquivo não nos foi repassado por ela. Assim, entendo que mencionar o nome da sambista seria, no mínimo, pretensioso. No máximo, fantasioso.

Evidentemente, se foi Cristina a responsável pela difusão e manutenção de um arquivo como este, assim como a maior parte dos sambas inéditos cantados e gravados atualmente, que sabemos ou suspeitamos terem sido por ela transmitidos, merece todos os louros. E com ela, retratamo-nos, pedindo nossas sinceras desculpas. Em momento algum a intenção foi de deixar de honrar aqueles que realmente merecem.

O que me parece bastante curioso e contraditório é que a grande parte das críticas é feita por pessoas que sabemos terem construído seu arquivo com base no acervo de Cristina Buarque, Tinhorão, dentre outros. E estas mesmas pessoas, quando lhes parece interessante, ao postarem algo obtido por terceiros, não mencionam a fonte. Mais interessante ainda, foi constatar que quando postamos estes arquivos, diversas pessoas (quando eu digo diversas, quero me referir a mais de duas dúzias) nos abordaram com espanto, indagando: “como vocês conseguiram isso? Achei que quase ninguém tinha!”, ou ainda: “como vocês têm coragem de postar isso na internet?”.

Ora, isso só demonstra que o arquivo é mais do que conhecido por aqueles que estão envolvidos no samba. Só não havia ainda sido divulgado, entendo eu, por duas prováveis razões: (i) existe um grupo que pretende manipular e monopolizar a informação. Funcionam quase como uma seita secreta. No fundo, quase todo mundo, ou pelo menos os que compõem tal clã já possuem a obra. Mas não podem tornar explícito, divulgar na internet, afinal, se assim o fizerem, tudo perde a graça, eles perdem a sua importância e exclusividade. Pura hipocrisia.

A outra razão, que me parece concomitante à primeira, porém, que deve ser atribuída àqueles que possuem algum contato com o tal clã, muito embora ainda não tenham conseguido fazer parte do mesmo, é o temor. Sim, o medo de desagradar os deuses ou semideuses. “Ora, nós só obtivemos este áudio graças a eles, imaginem só se descobrem que repassamos a outros? Nos castigarão!”

Perdoem-me pela sinceridade, mas não posso nem quero concordar com este tipo de posição. Sonegar a informação é boicotar a cultura. Selecionar quando e o que divulgar é manipulação. E principalmente, é tratar o samba, maior expressão cultural da liberdade, com autoritarismo.

Sabotar e retaliar a divulgação da cultura é como o castigo dado a Prometeu por Zeus, por um dia ter ousado levar o fogo aos homens. Tenham a santa paciência, samba não é mitologia grega!
* Texto de Luciano Martins e Maíra Oltra

23 de janeiro de 2009

Samba é coisa séria!

Fico impressionada ao constatar como o número de pessoas que se auto-denominam ‘sambistas’ amantes do samba, apreciadores, simpatizantes etc aumenta progressivamente a cada dia que passa.

Na mesma proporção em que o samba vem se difundindo e finalmente caindo no gosto popular, inúmeras formações, grupos, bandas e projetos surgem levantando a bandeira do samba, sua preservação e adoração. E nesta corrente, também devo dizer que estamos incluídos.

O meu temor que parece, infelizmente, a cada dia mais tornar-se realidade, é que muitos destes, sejam os apreciadores, tocadores etc, esquecem-se da importância e do peso que é carregar a bandeira do samba.

Há os que achem que o samba resume-se a um gênero musical. Estes, eu posso afirmar que estão anos-luz de compreender o que é fazer, viver, comer e respirar o samba. Mas em razão de tal desconhecimento ou até mesmo opção pessoal, não podem nem merecem ser condenados.

Prefiro ater-me aos que parecem ter chegado perto de tal conhecimento. Digo isto, pois estes são aqueles que verdadeiramente tornam-se responsáveis pela imagem e compreensão do samba. No entanto, preferem desperdiçar tal oportunidade – seria desperdiçar ou quiçá enxovalhar o samba e aqueles que fazem um trabalho sério? – motivados por razões pessoais, vaidade, competição e tantos outros sentimentos mesquinhos que não o amor ao samba.

Saber viver o samba não é sentar na roda, cantar e tocar os sambas dos grandes mestres, levantar, ir para casa, dormir e acordar no dia seguinte para trabalhar. E ainda assim acreditar que desta forma estão fazendo grande contribuição.

Menos ainda, é preocupar-se e perder tempo com rivalidades, intrigas e disputas pessoais. Quem somos nós diante do samba? Qual é o papel de qualquer projeto, sambista e amante do samba diante da grandiosidade dos mestres e suas obras? E pior, por que razão haveríamos de achar que comparações e rixas são realmente relevantes e fazem alguma diferença para a nossa cultura popular?

A realidade é que nem sempre as pessoas têm consciência de que somos meros “instrumentos”, representantes de um movimento social, cultural e ideológico, reitere-se, que não foi por nenhum de nós iniciado. No máximo, poderá ser por um de nós difundido e mantido. E é aí que entra a tal responsabilidade que mencionei no início.

Aqueles que optam por desempenhar esse papel devem estar cientes de que o prazer e o deleite de mergulhar em obras como as de João da Baiana, Silas de Oliveira, Manacéa, Chico Santana, Paulo da Portela, dentre tantos outros, traz o dever diretamente proporcional de honrar e louvar aqueles que realmente fizeram alguma coisa pelo samba.

Lembrem-se do Mestre Candeia, que já dizia: “pra cantar samba, se precisa muito mais’’.

20 de janeiro de 2009

Aos Partideiros de Plantão!



Revirando nosso arquivo, encontrei essa preciosidade do grande Partideiro Aniceto do Império Serrano. O áudio não está muito bom, pois se trata de uma gravação caseira. Parece-me que ele estava preparando o repertório para um de seus discos.
Em breve postaremos algo mais completo sobre o mestre Aniceto que, em minha opinião, foi o maior partideiro que o Samba já teve. Com o devido respeito aos demais partideiros, obviamente.

15 de janeiro de 2009

Jequitibá no Clube CEM (Meirinha)



Rapaziada,

No dia 24 de janeiro, sábado que vem, estaremos presentes no Clube Etílico Musical (Meirinha), para comemorarmos junto com seus fundadores e outros representantes do samba a reinaguração do espaço.

A roda de samba começará por volta das 18:00 horas. Outros sambistas também se apresentarão para firmar o clima de confraternização.

CEM - Rua Fradique Coutinho, 1048 - Vila Madalena

Abraços e até !

14 de janeiro de 2009

Núcleo de Samba Jequitibá

Olá, gente boa!!!

Vamos inagurar esse espaço, que será destinado especificamente para discussões sobre o nosso maior legado: o samba!

Dividiremos com vocês, na medida do possível, algumas brasas. Afinal, o samba é do povo!

Por fim, como não podemos deixar de vender nosso peixe, aproveitaremos para divulgar a nossa roda de samba, que tem por objetivo resgatar o samba de terreiro e partido-alto. E para iniciar o ano com chave de ouro, nossa primeira batucada será neste sábado, dia 17/1, a partir das 16:00 horas.

Endereço: Escola Nova Cultura - Rua Valdemar Dória, 163 - Belenzinho

Esperamos vocês lá! É isso aí, rapaziada, madeira de dar em doido, o Jequitibá do samba chegou!!!